SOBRE O SINDICATO RURAL DE ARARAQUARA
A história do Sindicato Rural de Araraquara começa efetivamente em 28 de novembro de 1944 quando a cidade acorda com o barulho dos trens da EFA outra vez rasgando o sertão da araraquarense; no caminho inverso a Companhia Paulista de Estradas de Ferro parece desenhar os traços do desenvolvimento na sua marcha até a capital. Na verdade, entre o apito do trem e a fumaça que se desmancha no aparecer do sol, desfila quem haverá de levar o progresso para a cidade emergente no centro do Estado de São Paulo.
Não são mais que 20 mil habitantes a povoar este pedaço de chão, mas quase a metade tem o cheiro da terra, são homens que produzem, distantes de bombas e sirenes que anunciam quase que o final da Segunda Grande Guerra.
É no campo que esses operários diversificam pequenas culturas e pontuam seus investimentos no café; criam já naquela época dentro da sua simplicidade a estratégia logística de embarque para seu produto em estações que rodeiam as propriedades com destino ao Porto de Santos.
A expansão dos negócios gerados pelo homem do campo a partir dos anos 40 começa a exigir discussão mais ampla sobre o futuro do trabalho rural.
Os setores ruralistas definem então, nos corredores do Clube Araraquarense a fundação da Associação Agro-Pecuária de Araraquara, destinada a congregar agricultores e pecuaristas de Araraquara, Boa Esperança, Dourado, Itápolis, Matão , Tabatinga e Ribeirão Bonito.
23 de dezembro de 1944, sábado. É no próprio Clube Araraquarense que Graciano R. Afonso, Achilles Vezzoni, Cândido Rocha, Pio Lourenço Correa, Reinaldo Morábito, Mário Ananias, Armando Correia de Siqueira, Henrique Somenzari, José Pereira Bueno, Ivo Martinez Perez,
Octávio de Arruda Camargo, Mário Ybarra de Almeida, Camilo Gavião de Souza Neves, Mário Barbugli, Genaro Granata, Aldo Lupo e outros companheiros decidem fundar a associação, e elegem seu primeiro presidente Luiz Lacerda Carvalho.
Oito anos depois – 1952, era fundada em Araraquara a Associação dos Fornecedores de Cana, hoje CANASOL, que passou a ter responsabilidade semelhante a da associação: defender os direitos dos seus produtores.
Por 19 anos a Associação Agro-Pecuária de Araraquara enfrentou desafios com o desaquecimento da produção cafeeira e também da pecuária, criou formas para sua subexistência e uma das iniciativas foi construir uma sede própria para atendimento aos associados.
A partir dos anos 60, as alterações no quadro político brasileiro dominado pelo regime militar, despertaram nos ruralistas o interesse em transformar a associação em um sindicato. Foram três anos de luta. A carta sindical acabou sendo concedida pela perseverança, trabalho e reconhecimento aos objetivos de uma classe produtora. Era 24 de junho de 1965.
A carta recebida com euforia alguns dias depois confirmou a investidura sindical e provocou uma assembléia dos ruralistas para a escolha da primeira diretoria, sendo eleito presidente Armando Correia de Siqueira, que cumpriu três mandatos, o último, interrompido pelo seu
falecimento em 1974, assumindo José Pereira Bueno, que já havia ocupado a presidência entre 66 e 68, porque Armando Correia de
Siqueira fora escolhido para ser tesoureiro da FAESP, onde o Sindicato Rural de Araraquara se filiou em outubro de 1970.
Em 74, Laurids Mogens Bing, substitui Bueno, e encerra a primeira fase de implantação do sindicato marcada pelo início das atividades sem as diretrizes e normativas, período político sob olhares do regime militar.
Nesta época se tornou forte o vínculo criado entre o sindicato e a COMAPA , funcionando ambos no mesmo prédio e confundindo as vezes as funções de cada um, embora tivessem sempre objetivos voltados para o interesse comum da classe.
Já em dezembro de 1977 assumiu a presidência o engenheiro agrônomo Johel de Souza que procurou desvincular o sindicato da COMAPA, contando para isso com o apoio do presidente da cooperativa, Lindolpho Marçal Vieira Filho. As entidades passaram a trilhar um caminho independente.
Foi em dezembro de 1979 que Mathias Vianna tornou-se presidente; o sindicato passou a acompanhar ainda mais de perto a abertura política do país e os anseios da classe, instituindo escrituração própria, a prestação de serviços contábeis aos associados, adequando para isso o seu prédio as necessidades do atendimento.
O período também foi marcado por mobilizações constantes através de gestões, reuniões e protestos em favor dos citricultores, que por muitos anos vinham encontrando dificuldades para comercialização dos seus produtos.
A partir de 1983, a diretoria passou a ser presidida por Sidney Vanucchi que permaneceu no cargo por dois mandatos. Sua administração foi marcada pela construção do anfiteatro, assistência agronômica e odontológica, formação de pool para comercialização de citros.
Já em 1988, o Sindicato Rural de Araraquara começa a viver novo período de expansão em sua história com o ingresso de Nicolau de Souza Freitas na presidência.
Ocorreu em sua administração a implantação do Centro de Processamento de Dados com a aquisição de equipamentos e programas específicos, a reestruturação do Departamento Jurídico.
Com a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR em 1991, quando então ele era o presidente o Sindicato Rural pôde através do ensino da formação profissional rural e a promoção social do trabalhador rural, desenvolver projetos, atingindo os trabalhadores rurais, priorizando a qualificação dos que se encontravam em estágios mais atrasados no campo.
Com a mesma disposição, ao assumir o sindicato no final de 1991, João Baptista de Oliveira Netto, deu continuidade a este relacionamento com o Sebrae e criou estratégias para levar ao produtor rural os incentivos e benefícios que ajudassem o empresário do campo a ter uma nova visão sobre os negócios.
Mas foi com Nicolau de Souza Freitas que passou a ocupar a presidência em 1995, que o sindicato fortaleceu suas bases regionais, ocupando a partir daí posto de destaque junto à FAESP e se notabilizando pela política de proximidade com a classe rural. Cursos e palestras orientando e formando profissionais para seu acesso ou permanência no campo, também com a participação do ITESP, foram aprimorando a proximidade do Sindicato Rural com as questões sociais.
Surgiram durante os seus quase 25 anos de gestão as parcerias, com o ajuste de cada uma delas às necessidades dos produtores rurais. Umas delas foi com o Sebrae, fundado em 1972, para estimular o empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequenas empresas do Brasil.
Na atualidade o programa Dia do Campo discute com pequenos produtores rurais a questão empresarial sobre gestão de negócio e a importância da profissionalização do homem do campo. O Sindicato Rural também participa do projeto Jovem Agricultor do Futuro capacitando o jovem para enfrentar o mercado de trabalho, dando-lhe aprendizado sobre agricultura e pecuária e empreendedorismo.
Com a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR em 1991, o Sindicato Rural pôde através do ensino da formação profissional rural e a promoção social do trabalhador rural, desenvolver projetos, atingindo os trabalhadores rurais, priorizando a qualificação dos que se encontravam em estágios mais atrasados no campo.
O sindicato fortaleceu suas bases regionais, ocupando a partir daí posto de destaque junto à FAESP e se notabilizando pela política de proximidade com a classe rural. Cursos e palestras orientando e formando profissionais para seu acesso ou permanência no campo, também com a participação do ITESP, foram aprimorando a proximidade do Sindicato Rural com as questões sociais.
A atuação do Sindicato Rural atinge outros setores. Criou-se a FEPAGRI e dentro dela o Concurso Nacional da Cachaça promoção em conjunto com o Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP/Araraquara.
O encontro apoiado pelo SEBRAE e Senar sempre teve o intuito de ser o elo entre os detentores do conhecimento, de tecnologia e de serviços, no caso a universidade, e os que necessitam aprender novas técnicas, no caso os micro e pequenos produtores de cachaça.
Nestes 52 anos de vida, o Sindicato Rural de Araraquara sempre retratou o modo de ser e agir do homem do campo, demonstrando lealdade, caminhando com seus objetivos, havendo dignidade e respeito mútuo. Os presidentes que por ele passaram contaram permanentemente com o apoio e a colaboração de diretores e funcionários, sem o que não haveria realizações.
Todo este período de vida em Araraquara e região desde sua Carta Sindical em 1965 foi de lutas para a classe ruralista, num tempo de sonhos que se completa com a tecnologia, a transformação de palavras acaipiradas em agronegócio, gerando riquezas para o País, pois, o Brasil situa-se, no contexto internacional atual, como celeiro mundial em termos de agronegócio, possuindo 22% das terras agricultáveis do mundo.
Por ser o primeiro Sindicato Rural instalado no Brasil, os nossos antecedentes históricos enquadram-se em uma evolução que reflete trabalho e orgulho para o homem do campo. E desta jornada fazem parte a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo e o seu presidente Doutor Fábio Meirelles, incansável no seu trabalho para favorecer o agronegócio paulista.